20080606

Everybody lies

“Everydody lies”, já dizia o Dr. House…

E tomando a frase dele como ponto de partida, temos que a aceitar como uma verdade! Todos nós, em algum momento das nossas vidas, contámos uma mentira, para nos safarmos de algum castigo, para não magoar alguém, para evitar drásticas consequência e pior que tudo, mentimos a nós mesmos quando não queremos acreditar nas coisas mais óbvias e também mais dolosas mas nós próprios... A nossa mente tem mecanismos de defesa que fazem com que a mentira se torne uma verdade, apenas para aliviar aquele aperto no coração que sentimos em momentos de extrema tristeza… apenas para nos proteger, muitas vezes de nós mesmos…
Podemos contar as mentiras brancas, aquelas que contamos para fazer as pessoas sentirem-se melhores ou então as mentiras de racionalização que contamos para que nós próprios nos sintamos melhores…
E quando me dizem “ah e tal, eu não menti, eu apenas omiti”, a meu ver não deixa de ser uma mentira, não deixa de ser algo que procuramos esconder, pois se fosse perguntado directamente então mentiríamos porque seria impossível omitir…
Então mentimos a nós mesmos novamente, para acreditarmos que não mentimos, que apenas omitimos (os mecanismos de defesa são tramados)!
E as pessoas continuam a mentir, porque funciona… porque impede a desilusão daqueles que acreditam em nós… porque permite que as coisas se tornem mais fáceis, mais acessíveis…
Por isso, a todos aqueles que lêem estas palavras e que nelas encontram alguma verdade ou algum sentido, a próxima vez que se sentirem tentados a mentir, procurem dessa vez dizer a verdade, pois há formas de dizer a verdade que não são tão duras, que não magoem tanto!

(Podem sempre partilhar as vossas experiências em busca de uma greve à mentira num simples e simpático comentário…)

5 comentários:

Unknown disse...

A mentira que digo mais vezes a mim próprio é:"Hoje, é que ganho o Euromilhões!" :p

Rita Galante disse...

Olá Susaninha!

Concordo plenamente contigo. Todos nós já mentimos por várias razões, mas só estamos a mentir a nós próprios, a enganarmo-nos. O que nos rodeia é reflexo de nós próprios, por isso, ao mentirmos, rodeamos-nos também de mentiras, falsidades, hipocrisias! E às vezes o caminho para se sair delas ainda implica mais uma mentirita. É uma bola de neve... Há pessoas que já interiorizam tanto a mentira que, a certa altura, já nem sabem se é mentira ou verdade!

O caminho da verdade, da sinceridade, da honestidade,... deveria ser o caminho de qualquer ser humano. A natureza não nos mente, os animais não nos mentem,... o universo não nos mente, porque havemos nós de o fazer! Sigamos o caminho da verdade, o caminho do Amor!

Boa semana!

Beijinhos de Amor, Paz e Luz!

Sol disse...

Sabes o quanto fui magoada por uma omissão cheia de boas intenções... Prometi a mim mesma que nunca mais omito nada.
A partir de agora vou ser uma espécie de Tatiana, ligeiramente mais comedida no feitio... Ahhhh e também não vou chorar depois de dizer tudo aquilo que sei e penso!
=)
Amo-te!

Unknown disse...

Lá estão vocesses com a mania dos "Amo-tes"...se isso me irrita! :P

Michel Domenech disse...

Bacana a postagem, vou comentar com duas citações de Albert Camus que têm muito a ver com o assunto:

“Sobretudo, não acredite nos seus amigos, quando lhe pedirem que seja sincero com eles. Só anseiam que alguém os mantenha no bom conceito que fazem de si próprios, aos lhes fornecer uma certeza suplementar, que extrairão de sua promessa de sinceridade. Como poderia a sinceridade ser uma condição da amizade? O gosto pela verdade a qualquer preço é uma paixão que nada poupa e a que nada resiste. É um vício, às vezes um conforto, ou um egoísmo. Portanto, se o senhor se encontrar nesse caso, não hesite: prometa ser verdadeiro e minta o melhor que puder.”
Camus – A Queda

e

“Olhe, uma pessoa de meu conhecimento dividia os seres em três categorias: os que preferem não ter nada a esconder a serem obrigados a mentir, os que preferem mentir a não ter nada a esconder; e, finalmente, os que amam ao mesmo tempo a mentira e o segredo. Deixo à escolha a classificação que melhor me convém.
Que importa, afinal? As mentiras não conduzem finalmente ao caminho da verdade? E minhas histórias, verdadeiras ou falsas, não tendem todas ao mesmo fim, não têm o mesmo sentido? Que importa, então, que sejam verdadeiras ou falsas se, em ambos os casos, são representativas do que fui e do que sou? Pode-se, às vezes, ver com mais clareza em quem mente do que em quem fala a verdade. A verdade, como a luz, cega. A mentira, ao contrário, é um belo crepúsculo, que valoriza cada objeto.”
Albert Camus – A Queda

Também adoro house, achei legar ter citado a ´serie =]