- Gatinho - chamou a Alice - podes dizer-me, por favor, como hei-de sair daqui?
- Isso depende muito do sítio para onde quiseres ir - respondeu o Gato.
- Não me interessa muito para onde vou... - disse Alice.
- Nesse caso podes ir por um lado qualquer! - respondeu o Gato.
Há alturas da nossa vida em que nos encontramos um pouco como a Alice... queremos sair da situação ou do local onde estamos mas parecemos rodeados de uma espécie de névoa e que linhas que se cruzam e entrecruzam, como no metro de Paris.
Todo este ambiente desordenado e revolto faz-nos perder de vista as nossas metas, os nossos objectivos e ficamos sem saber para onde ir nem por onde ir e muito menos onde deixámos o carro estacionado...
Diz-se por aí que "quando uma porta se fecha abre sempre uma janela", mas se eu já nem sei onde ficou a porta, quanto mais onde estão as paredes com as janelas? ou será que nem há janelas onde estou? às vezes nem o chão...
Mas existe uma pequenina porção do nosso cérebro que nos deixa ver aquela luz ao fundo, como que uma fresta de uma janela imaginária, que nos faz sentir que afinal pisamos um chão e que existe algum caminho e alguma esperança para prosseguir...
Afinal de contas, a esperança é sempre a última a morrer!